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Linha chilena usada em pipas é proibido

Brincadeira pode provocar acidentes graves com motociclistas


25/07/2024 - Edição 2208

Durante o período de férias escolares, a Ilha do Governador se transforma em um local de lazer para muitos jovens. Diversos locais como o Aterro do Cocotá, Corredor Esportivo do Moneró e o campo de futebol da Colônia Z-10 costumam se tornar pontos de encontro de crianças e adolescentes empinando pipas. Porém, a prática pode se tornar extremamente perigosa quando são utilizados cerol e linha chilena. 

Esses materiais adicionados às linhas de pipa transformam a diversão em um risco real para a comunidade. O cerol é uma mistura de cola e vidro moído, enquanto a linha chilena é feita com pó de quartzo e óxido de alumínio. Ambas são produtos cortantes e representam uma ameaça tanto para os pedestres quanto para os motociclistas. 

Na última semana, um motociclista que trafegava pela Avenida Governador Chagas Freitas teve os dedos da mão e o pescoço cortados por uma linha chilena.  

— Por muito pouco a linha não me mata. Por causa dela quase foi a despedida minha do meu filho — afirmou o motociclista em vídeo publicado nas redes sociais. 

Segundo estatísticas da Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM), ocorrem mais de cem acidentes por ano envolvendo linhas com cerol e linha chilena. Metade deles acabam em ferimentos graves ao motociclista e 25% resultam em morte. 

Para Felipe Vieira, de 31 anos, morador do Cocotá, a falta de ações educativas e de fiscalização são os principais fatores para contribuir para que os acidentes continuem acontecendo. 

— É um perigo muito grande, mas não adianta a gente expressar para eles o perigo de se utilizar o cerol e a linha chilena se esses produtos continuam sendo comercializados normalmente. Falar que é perigoso e deixar o jovem ter acesso é quase a mesma coisa que “enxugar gelo” — afirma Felipe.

De acordo com a lei n° 5414 de maio de 2012, a comercialização e uso da linha chilena são proibidos no município. A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara do Rio de Janeiro disponibiliza um canal de atendimento para receber denúncias relacionadas ao uso de cerol e linha chilena. Para denunciar, basta entrar em contato através do e-mail consumidor@camara.rj.gov.br, ou pelo site www.camara.rj.gov.br, ou ainda pelo telefone 0800 285 2121.